25/04/2008

Relato crítico do texto

E TIPOGRAFIA DIGITAL, de Flávio Cauduro

por Vinícius Andrade Pereira (UFRJ)


1. Resumo do texto Desconstrução e Tipografia Digital:


Cauduro, ao apresentar um breve histórico da arte tipográfica, problematiza a relação

de subserviência que esta apresentaria em relação às mensagens, às idéias, aos conteúdos de

um texto, perspectiva que, pela supervalorização das palavras racionalmente ordenadas,

assumindo o papel de representantes legítimas do pensamento, é conhecida como

logocentrismo.

O nó górdio do texto é formado pela tensão entre duas forças: uma, que se apresenta

através da forma gráfica como as palavras se compõem em um texto qualquer; e, outra força,

constituída pelos significados, as informações que este texto transmite, que traduziriam as

idéias de um autor.

Para Cauduro, como já dito, haveria uma limitação e mesmo uma escravidão imposta

à arte tipográfica na designação de sua função. Escreve, pois, que a função primordial da

tipografia seria, então, apenas instrumental, dedicada à difusão genérica de informações

sob a forma escrita e em grande escala.(1)

Partindo desta constatação, o autor irá criticar tanto aqueles designers que admitem tal

subserviência - postura adotada pela escola de Bauhaus, onde se impunham as formas claras,

ordenadas, racionais, geométricas e repetitivas(...) evitando ao máximo a ornamentação e a


disposição expontânea, intuitiva ou ao acaso dos elementos gráficos utilizados -, levada ao

extremo pela escola dos minimalistas e funcionalistas suíços(Ruder, Hoffman, Müller,

Brockman), quanto os pressupostos filosóficos e linguísticos que sustentariam o

logocentrismo, oriundos particularmente de autores tais como Platão, Aristóteles, Rousseau e

Hegel e, mais especificamente, Ferdinand Saussure.(2)


(1) Cf. Cauduro, F.V.; Book GTs/Compós98, p.97

(2)  Cf. Cauduro, F.V.; op.cit.;p.97 e 98


.Esta é a versão em html do arquivo http://www.comunica.unisinos.br/tics/textos/1998/1998_fvc_vap.pdf.