E TIPOGRAFIA DIGITAL, de Flávio Cauduro
por Vinícius Andrade Pereira (UFRJ)
1. Resumo do texto Desconstrução e Tipografia Digital:
Cauduro, ao apresentar um breve histórico da arte tipográfica, problematiza a relação
de subserviência que esta apresentaria em relação às mensagens, às idéias, aos conteúdos de
um texto, perspectiva que, pela supervalorização das palavras racionalmente ordenadas,
assumindo o papel de representantes legítimas do pensamento, é conhecida como
O nó górdio do texto é formado pela tensão entre duas forças: uma, que se apresenta
através da forma gráfica como as palavras se compõem em um texto qualquer; e, outra força,
constituída pelos significados, as informações que este texto transmite, que traduziriam as
idéias de um autor.
Para Cauduro, como já dito, haveria uma limitação e mesmo uma escravidão imposta
à arte tipográfica na designação de sua função. Escreve, pois, que a função primordial da
tipografia seria, então, apenas instrumental, dedicada à difusão genérica de informações
sob a forma escrita e em grande escala.(1)
Partindo desta constatação, o autor irá criticar tanto aqueles designers que admitem tal
subserviência - postura adotada pela escola de Bauhaus, onde se impunham as formas claras,
ordenadas, racionais, geométricas e repetitivas(...) evitando ao máximo a ornamentação e a
disposição expontânea, intuitiva ou ao acaso dos elementos gráficos utilizados -, levada ao
extremo pela escola dos minimalistas e funcionalistas suíços(Ruder, Hoffman, Müller,
Brockman), quanto os pressupostos filosóficos e linguísticos que sustentariam o
logocentrismo, oriundos particularmente de autores tais como Platão, Aristóteles, Rousseau e
Hegel e, mais especificamente, Ferdinand Saussure.(2)
(1) Cf. Cauduro, F.V.; Book GTs/Compós98, p.97
(2) Cf. Cauduro, F.V.; op.cit.;p.97 e 98
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