O Experimentalismo e a Desconstrução na Prática Tipográfica
Under the Sun, the Drizzle and Smoke: The Experimentalism and the Desconstruction at the Typographic Practical
Oliveira, Jefferson Cortinove; Mestre; Centro Universitário Euripedes de Marília Santos, Tania Ismerim; Graduando Design Gráfico; Universidade Tiradentes
Resumo
O surgimento da Bauhaus e da Escola Suíça veio a domesticar o design gráfico ao impor regras e defender o racionalismo, entretanto começou a ser contestado por designers que buscavam soluções gráficas mais expressivas e interpretativas. Este artigo aborda a influência do experimentalismo e da desconstrução na prática tipográfica através de uma investigação da exposição “Sob o Sol, a Garoa e a Fumaça” onde é possível observar uma diversificação de estilos com princípios similares: rompimento dos padrões ortodoxos, o uso da representação visual do tipo e pluralidade de conceitos.
Palavras Chave: Tipografia, Desconstrução, Experimentalismo.
Abstract
The appearance of the Bauhaus and the Switzerland School domesticated the graphic design when imposing rules and defending the rationalism, so was contested by designers to whom was searching expressive and interpretative graphical solutions. This article presents the influence of experimentalism and desconstruction in the typographic practical with an investigation of exposition "Under the Sun, the Drizzle and Smoke" where it is possible to verify diversification of styles with similar principles: disruption of the orthodox standards, use of the visual representation of the type and diversity of concepts.
Key Words: Typography, Desconstruction, Experimentalism.
Introdução
A tipografia na sua origem era sinônimo de impressão, hoje o seu significado vai além da arte de criar e ou manipular caracteres. Jan Tschichold, mesmo sendo um dos seguidores do estilo funcionalista da Bauhaus, já afirmava que “a tipografia significa muito mais que simplesmente a escrita com tipos” (TSCHICHOLD, 1953-1967 apud CAUDURO, 1998 pg.89). Para Lucy Niemeyer (2001, p.12) a tipografia “envolve a seleção e a aplicação de tipos, assim como a composição de letras de texto como o objetivo de transmitir uma mensagem o mais eficaz possível.”
O funcionalismo e o racionalismo provenientes da Bauhaus e da Escola Suíça trouxeram padronização ao design gráfico através de regras para a obtenção do bom design1, um estilo onde as criações pareciam ser feitas em série cujas fórmulas eram copiadas por qualquer pessoa que detivesse o conhecimento das tecnologias. O resultado da padronização “que essas fórmulas mecanicistas geravam tornaram-se muito facilmente previsíveis, aborrecidas e desinteressantes, passando a ser
praticamente invisíveis após algum tempo.” (CAUDURO, 1998, P.78)
Logo este cenário começou a ser questionado a partir dos anos 60 por designers como Wolfgang Weingart e em seguida Neville Brody e David Carson ao desenvolverem soluções gráficas que fugiam das diretrizes modernistas. Além disso, correntes artísticas como o experimentalismo e filosóficas como a desconstrução de Jacques Derrida vieram a influenciar a prática tipográfica onde o tipo ultrapassa os limites da simples representação fonética.
É importante salientar que o estilo bauhasiano não deixou de existir no design gráfico já que ainda são utilizados, porém esta linha de organização da página deixou de ser o único caminho e o mais eficaz para se tornar um dos caminhos possíveis. KEEDY (1994, p.27 apud GRUSZYNSKI, 2002 p.151) diz que: “[...] Ainda que as regras sejam estabelecidas para serem desrespeitadas, escrupulosamente observadas, mal entendidas, reavaliadas, readequadas e subvertidas, a melhor regra básica é a de que as regras nunca devem ser ignoradas.”
Metodologia
Este artigo retrata a influência da desconstrução e do experimentalismo, típicos do mundo pósmoderno, na prática
tipográfica atual tendo como objeto de estudo a exposição “Sob o sol, a garoa e a fumaça” realizada no ano de 2004, na cidade de São Paulo, organizada por Cecília Consolo e Alécio Rossi através de uma revisão bibliográfica de teóricos como Vicente Gil, Flávio Vinícius Cauduro, João Pedro Jacques, Priscila Farias e Rudinei Kopp. [Ler mais...]