27/07/2007

Da letra de mão à letra de forma:

percursos da caligrafia nas artes e nas técnicas
francisco g. cunha leão

Oficina tipográfica do séc. XVI; gravura sobre cobre de Théodor Galle, desenho de Jan van der Straet. Ilustra os vários cavaletes de tipo, com as folhas originais de que o oficial compositor e o revisor se ocupam. Ao fundo, o transporte do papel e a mesa com os atados de papel a imprimir; do lado esquerdo, um impressor fazendo a tintagem da forma no mármore da prensa; outro impressor accionando a alavanca da prensa; num estendal, várias folhas impressas, que, depois de secas, um aprendiz vai juntando em maços.

§ Assiste-se nesta época de fim de milénio à revolução que o computador e as «artes» da informática proporcionam: revolução porque implica qualitativa e quantitativamente uma alteração nos padrões tradicionais de cultura e civilização, com as respectivas incidências sociais, económicas ou religiosas. O seu alcance estará bem longe de ser medido ou avaliado. O que não acontece com semelhantes revoluções que sofreram aqueles que viveram os primórdios da tipografia de Quatrocentos, e ainda aqueles que há milénios transcreveram num suporte de terra endurecida, manualmente e com o auxílio de um estilete, os primeiros signos de transmissão do pensamento humano pela grafia, aos quais podemos fazer coincidir os grandes impérios da Antiguidade e respectivas civilizações; pelo que se pode afirmar que a invenção da escrita não é de forma alguma um processo concluído, quer nas suas múltiplas formas de expressão, quer nos seus efeitos. [Ler mais...]