La revolución silenciosa de las letras del cotidiano
Vera Lúcia Dones*
Este artigo pretende fazer um registro da tipografia
vernacular e de algumas expressões gráficas de letristas
anônimos da região metropolitana de Porto Alegre. A
complexidade de estéticas gráficas visuais dos últimos
50 anos testemunha a superação de modelos universais
da tipografia aplicada à comunicação gráfica. As reflexões
que seguem procuram evidenciar a proliferação
de sincretismos e da união de elementos gráficos díspares
nas construções imagéticas, as formas autênticas e
arcaicas permeiam o sofisticado e tecnológico do design
gráfico atual.
Em se tratando de legibilidade da tipografia aplicada
ao design gráfico, sabemos que na perspectiva moderna,
a legibilidade era tida como o resultado de uma série
de atributos e critérios fixos aplicados ao texto, com
base em normas criadas a partir de pesquisas óticas-funcionais,
as “regras” tipográficas. Esses referenciais
não consideravam as conotações culturais dos caracteres,
e tampouco entendiam o design como parte de
uma cultura cada vez mais complexa e diversa. A partir
dos anos 70 os textos pós-estruturalistas invadiram
algumas escolas norte-americanas de design, dentre
elas a Cranbrook Academy, vindo a constituir-se em
rico material de reflexão e sustentação teórica para os
projetos gráficos dos alunos. Segundo Lupton (1991), os
primeiros passos no caminho do design pós-estruturalista
se deve à escola de Detroit. As peças gráficas eram
produzidas como signos visuais e verbais e explorados
através de seus múltiplos significados.
A desconstrução tipográfica passou, igualmente, pela
Escola da Basiléia com Wolfgang Weingart. Voz
alternativa na Suíça dos anos 70, Weingart defendeu o
enfoque experimental na tipografia. Suas experimentações
tipográficas de alguns letristas na região metropolitana de Porto
Alegre, e de que forma o imaginário da cultura popular
serve de inspiração à criação dos designers gráficos.
(pp.109-110)
* Graduada em Artes Plásticas, Mestre em Comunicação
Social, Centro Universitário Feevale.
fonte:
Actas de Diseño 1. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. pp. 23-164. ISSN 1850-2032